Max Fridman
Espionagem/Histórico.
(Itália) Orient Express #1, Junho de 1982
Vittorio Giardino (desenhos e argumento)
Estreia em Portugal: Jornal da BD #243, 31 de Março de 1987
Outras Publicações: Álbum ASA/Público.
(Itália) Orient Express #1, Junho de 1982
Vittorio Giardino (desenhos e argumento)
Estreia em Portugal: Jornal da BD #243, 31 de Março de 1987
Outras Publicações: Álbum ASA/Público.
Max Fridman, a obra mais prestigiada de Vittorio Giardino, é uma série de espionagem, ambientada em 1938, na Europa já a um passo da guerra.
Antigo espião francês, reformado e a viver na Suíça com a filha, Max é chantageado pelos dirigentes da contraespionagem de Paris e obrigado a voltar ao activo por uma missão, em Budapeste, onde a rede francesa (Rapsódia) está a ser aniquilada.
Esse é o ponto de partida para o primeiro episódio da série, “Rapsódia Húngara”, onde a disputa é intensa entre os franceses e os alemães nazis da Abwehr e os russos soviéticos da NKVD.
Pouco se sabe do passado de Max, um quarentão de barba ruiva, divorciado, a não ser que já esteve na Catalunha, fica nervoso com as armas de fogo, dificilmente é seduzido por mulheres mas é facilmente derrubado a soco. O apelido não engana, é judeu.
O primeiro episódio da série passa-se quase todo em Budapeste, mas também nas ilhas gregas, nos meses de Fevereiro e Março de 1938 e termina com o Anschluss, a anexação nazi da Áustria.
Ainda em 1938, Max Fridman vai estar em Istambul (“La Porta d’Oriente”) e na Catalunha (“No Pasaran”), nos outros dois títulos da série, inéditos em português.
Não tiverem a mesma receção que “Rapsódia Húngara”, lançada em 1982 na revista italiana Orient Express e que elevou Giardino ao estatuto de grande autor de BD.
Pela introdução que Giardino escreveu para a obra, fica-se a saber que tudo começou com a passagem do autor por Budapeste, em 1972, e com a intensa paixão pela cidade.
“Este é o lugar por onde começar, não pode ser outro. E a história chamar-se-á Rapsódia Húngara”, escreveu Giardino, que já tinha definido a época histórica, o período imediatamente anterior à II Guerra Mundial.
Budapeste era, então, um intenso entreposto de espionagem, onde se cruzavam todas as grandes potências da altura. Numa Europa onde o nazismo e o fascismo avançavam, a Hungria tentava manter algum equilíbrio democrático, sob a regência do almirante Horty.
Minucioso e elegante no desenho, Giardino é brilhante na reconstituição da Budapeste dos anos 30, o que logo se percebe com a primeira vinheta, uma magnífica representação da ponte Erzsebét, entre as margens de Buda e Peste.
O traço realista de Giardino, que virá a ser excecional em obras mais recentes (Little Ego ou Jonas Fink, por exemplo), é próximo da Linha Clara realista belga e por vezes, no arranque de Max Fridman, recorda Tardi.
A série destaca-se também pela elaboração do argumento, a um nível romanesco que é digno dos enredos de espionagem de Graham Greene. Sempre com uma visão social muito forte, refletindo os anos de militância comunista do jovem Vittorio Giardino.
Em Portugal, Max Fridman foi editado no Jornal da BD, em 1987. “Rapsódia Húngara” foi dividido em duas partes, ocupando os números 243 e 247. Mais tarde, as 90 páginas saíram em álbum único, em 2011, o #8 da colecção Os Incontornáveis da BD, edição ASA/Público.
Filipe Bravo
Antigo espião francês, reformado e a viver na Suíça com a filha, Max é chantageado pelos dirigentes da contraespionagem de Paris e obrigado a voltar ao activo por uma missão, em Budapeste, onde a rede francesa (Rapsódia) está a ser aniquilada.
Esse é o ponto de partida para o primeiro episódio da série, “Rapsódia Húngara”, onde a disputa é intensa entre os franceses e os alemães nazis da Abwehr e os russos soviéticos da NKVD.
Pouco se sabe do passado de Max, um quarentão de barba ruiva, divorciado, a não ser que já esteve na Catalunha, fica nervoso com as armas de fogo, dificilmente é seduzido por mulheres mas é facilmente derrubado a soco. O apelido não engana, é judeu.
O primeiro episódio da série passa-se quase todo em Budapeste, mas também nas ilhas gregas, nos meses de Fevereiro e Março de 1938 e termina com o Anschluss, a anexação nazi da Áustria.
Ainda em 1938, Max Fridman vai estar em Istambul (“La Porta d’Oriente”) e na Catalunha (“No Pasaran”), nos outros dois títulos da série, inéditos em português.
Não tiverem a mesma receção que “Rapsódia Húngara”, lançada em 1982 na revista italiana Orient Express e que elevou Giardino ao estatuto de grande autor de BD.
Pela introdução que Giardino escreveu para a obra, fica-se a saber que tudo começou com a passagem do autor por Budapeste, em 1972, e com a intensa paixão pela cidade.
“Este é o lugar por onde começar, não pode ser outro. E a história chamar-se-á Rapsódia Húngara”, escreveu Giardino, que já tinha definido a época histórica, o período imediatamente anterior à II Guerra Mundial.
Budapeste era, então, um intenso entreposto de espionagem, onde se cruzavam todas as grandes potências da altura. Numa Europa onde o nazismo e o fascismo avançavam, a Hungria tentava manter algum equilíbrio democrático, sob a regência do almirante Horty.
Minucioso e elegante no desenho, Giardino é brilhante na reconstituição da Budapeste dos anos 30, o que logo se percebe com a primeira vinheta, uma magnífica representação da ponte Erzsebét, entre as margens de Buda e Peste.
O traço realista de Giardino, que virá a ser excecional em obras mais recentes (Little Ego ou Jonas Fink, por exemplo), é próximo da Linha Clara realista belga e por vezes, no arranque de Max Fridman, recorda Tardi.
A série destaca-se também pela elaboração do argumento, a um nível romanesco que é digno dos enredos de espionagem de Graham Greene. Sempre com uma visão social muito forte, refletindo os anos de militância comunista do jovem Vittorio Giardino.
Em Portugal, Max Fridman foi editado no Jornal da BD, em 1987. “Rapsódia Húngara” foi dividido em duas partes, ocupando os números 243 e 247. Mais tarde, as 90 páginas saíram em álbum único, em 2011, o #8 da colecção Os Incontornáveis da BD, edição ASA/Público.
Filipe Bravo
Bibliografia portuguesa:
- Rapsódia Húngara (Rapsodia Ungherese), 1982, Jornal da BD #243 e #247; Álbum ASA/Público [2011]